Metade dos eleitores angolanos têm menos de 35 anos e um terço da diáspora está em Portugal

Metade dos eleitores angolanos têm menos de 35 anos e Portugal concentra pouco mais de um terço dos eleitores registados no estrangeiro, que estão habilitados, pela primeira vez, a votar nas eleições gerais marcadas para 24 de agosto.

Os dados constam do Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores (FICM), que contabiliza 14.399.391 eleitores.

Entre estes, cerca de quatro milhões foram registados sem Bilhete de Identidade e outros quatro milhões através do Registo Eleitoral Oficioso. Outros 22.560 foram recenseados fora de Angola, incluindo 7.748 em Portugal (1.651 no Porto e 6.097 em Lisboa).

A Namíbia é o segundo país com mais registo de eleitores (2.487), seguindo-se França (2.228), República do Congo (2.174), República Democrática do Congo (1.938), Brasil (1.660), África do Sul (1.414) e Zâmbia (1.214).

Grã-Bretanha, Bélgica, Países Baixos e Alemanha contam com menos de mil eleitores registados, sendo a Alemanha o país com menos potenciais votantes – 152 - entre os 12 onde foram feitos registos.

Os eleitores angolanos estão equitativamente distribuídos em termos de género, com as mulheres a levarem uma ligeira vantagem (51% contra 49% de homens), sendo a faixa etária predominante com idade inferior a 25 anos (cerca de três milhões de eleitores).

Metade dos eleitores angolanos (7.050.138) tem menos de 35 anos.

Em Angola, a capital, Luanda, concentra o maior número de eleitores, com 4,7 milhões, quase 33% do total, e a província do Cuanza Norte, o menor número (cerca de 250 mil, correspondendo a 1,7% do total).

O registo eleitoral oficioso iniciou-se em 23 de setembro de 2021 e terminou em 07 de abril de 2022, abrangendo apenas 12 países, devido aos condicionalismos logísticos associados à covid-19, justificou o executivo angolano.

O FICM, dispositivo que contém os dados definitivos dos cidadãos com idade eleitoral, incluindo nome completo, data de nascimento, filiação, número do Bilhete de Identidade ou número de eleitor, local de residência, naturalidade e sexo, foi entregue em 13 de junho no Tribunal Constitucional.

Esta é uma das etapas do processo eleitoral angolano e permite conferir a conformidade dos processos de candidaturas dos partidos políticos.

Até agora, quatro formações políticas formalizaram as suas candidaturas, designadamente o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido maioritário, que detém 150 lugares no Parlamento, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior força política da oposição, com 51 deputados e a coligação eleitoral CASA-CE, com 16 parlamentares, bem como a Aliança Patriótica Nacional (APN), que não tem assento na Assembleia Nacional.

Está agendada para hoje a entrega das propostas do Partido da Renovação Social (2 deputados) e da Frente nacional de Libertação de Angola (1 deputado) e para quinta-feira a do Partido Humanista Angolano (sem assento parlamentar).

O Partido Nacionalista para a Justiça (P-Njango) é o único dos 12 partidos aprovados pelo TC que ainda não marcou a data para formalizar a sua candidatura, podendo fazê-lo até às 23:59 do dia 25 de junho.

O Bloco Democrático desistiu da corrida eleitoral, já que alguns dos seus dirigentes integram a lista da UNITA.