Adalberto da Costa Júnior, que falava num encontro com jornalistas, apontou a necessidade de “desmistificar a narrativa de quem justifica a censura com um suposto relacionamento conflituoso da UNITA com a imprensa” e falou sobre uma “agenda” que pretende usar “a casca da banana da violência”.
“Mas nós não vamos pisar, dizemos não à violência e em voz alta”, destacou.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola invocou ainda os cerca de 30 militantes do partido detidos desde março passado em Sanza Pombo (Uíje), na sequência de conflitos com militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), na sequência “desta agenda que procura envolver a UNITA em atos de violência”.
Segundo Adalberto da Costa Júnior, a polícia terá ido procurar e prender ativistas, “fossem ou não militantes da UNITA”, uma situação que “não vai voltar a acontecer”.
“Nós não vamos responder a provocações”, assegurou, acrescentando que, em alguns casos, estão em causa crimes instigados pelas próprias administrações locais.
O político abordou ainda as imagens que circulam nas redes sociais insinuando ligações da UNITA à secreta israelita, assumindo que contrataram os serviços de uma empresa daquele país, especialista em marketing eleitoral e responsável por vitórias eleitorais em países africanos.
“Esta forma vergonhosa de denúncia através do gabinete de ação psicológica revela que a postura do Governo angolano é de fraqueza e medo. Quando o Governo trabalha com empresas israelitas são bons e quando são os outros são espiões da Mossad? Isto é de uma parvoíce sem limites”, indignou-se.
Adalberto da Costa Júnior salientou que já pediu esclarecimentos sobre esta questão e sobre a divulgação do passaporte de uma das cidadãs israelitas que trabalha na empresa ao Ministério do Interior.
“É esta realidade que nos obriga a mudar, porque o regime está caduco”, rematou.
Angola vai realizar as suas quintas eleições gerais no dia 24 de agosto com sete partidos e uma coligação concorrentes ao ato eleitoral.
Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, podem votar nestas eleições gerais.