João Lourenço informou Cyril Ramaphosa sobre processo de mediação entre Kinshasa e Kigali

O Presidente de Angola, João Lourenço, informou hoje o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, sobre o processo de mediação de normalização das relações entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda, segundo um comunicado da Presidência angolana.

No comunicado, publicado na rede social Facebook, salienta-se que João Lourenço, que lidera esse processo de mediação, e Cyril Ramaphosa falaram ao telefone ao início da tarde.

“No contacto, o chefe de Estado [angolano] deu nota do progresso que os esforços diplomáticos têm registado, sendo um resultado concreto a realização, neste momento em Luanda, da reunião da Comissão Mista Permanente Ruanda-República Democrática do Congo, que não se realizava há dez anos e que foi uma das decisões da recente Cimeira tripartida de Luanda, sob liderança do Presidente João Lourenço”, detalha o comunicado.

O líder sul-africano “manifestou o interesse de ter na próxima cimeira da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral], marcada para agosto próximo, uma informação detalhada sobre o processo de mediação que Angola levada a cabo a favor do entendimento” entre Kinshasa e Kigali.

“Os dois Presidentes acordaram em usar os mecanismos diplomáticos convencionais para a circulação da informação por forma a manter as instâncias da SADC a par dos acontecimentos”.

A tensão entre o Ruanda e a RDCongo cresceu exponencialmente nos últimos meses, após o reinício em março último dos combates entre o exército e o movimento rebelde de 23 de Março (M23), que, segundo Kinshasa, é apoiado pelo país vizinho, uma acusação negada por Kigali.

Luanda recebeu o mandato, da União Africana, de mediar a tensão entre os dois países, na cimeira de Malabo, em maio passado.

O comunicado termina a referir que Ramaphosa “desejou que Angola realize eleições pacíficas e em ambiente de harmonia no próximo mês de agosto”.

Angola vai realizar as suas quintas eleições gerais no dia 24 de agosto deste ano, com oito concorrentes, dos quais sete partidos políticos e uma coligação.

Neste escrutínio, será eleito, por via indireta, o Presidente das República.