Estão preocupados com eventuais fraudes e, para garantir a transparência do processo, estão a pedir aos eleitores que fiquem perto das urnas depois de terem votado. José Gama, professor universitário e ativista do movimento, explica o que se pede aos eleitores.
A pessoa vota, vai para casa e senta-se a 500 metros da assembleia de voto, como manda a lei, porque a lei diz que não se pode sentar na assembleia. As autoridades angolanas não querem que isso aconteça, estão a travar todo o tipo de ato que representa uma ameaça aos atos de fraude que estão a preparar. Este slogan "votou, sentou" faz com que as pessoas possam detetar, acompanhar os resultados eleitorais e fazer comparações. O Governo não quer isso e está a fazer a campanha inversa: 'votou, bazou e vai festejar em casa'"", explicou à TSF José Gama.
O método votou, sentou e não bazou não é novo em África. Já foi usado no Malawi, na Zâmbia e nas autárquicas na cidade da Beira, em Moçambique.
Sempre que foi usado, as eleições foram ganhas pela oposição, mas José Gama garante que o resultado é indiferente. O movimento, do qual faz parte também Luaty Beirão, reclama apenas clareza no processo eleitoral e José Gama acredita que a iniciativa vai ser pacífica apesar da repressão que se vive em Angola.
"Vamos torcer para que não aconteça confusão. As pessoas sabem que o Governo angolano é violento, sempre na base da repressão e a pensar na segurança", acrescentou o professor.
Angola vai a votos no dia 24 de agosto para escolher um novo Presidente da República e novos representantes na Assembleia Nacional. O atual Presidente, João Lourenço, e Adalberto da Costa, da UNITA, são os candidatos à vitória. TSF