CASA-CE contesta resultados e vai usar mecanismos legais para

 

A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE) anunciou hoje não reconhecer os resultados eleitorais anunciados na segunda-feira e que vai esgotar todos os mecanismos legais para que seja, pela primeira vez, reposta a verdade eleitoral.

Segundo um comunicado divulgado na rede social Facebook pela coligação, uma das oito forças partidárias que concorreram às eleições gerais da passada quarta-feira, tendo perdido os 16 assentos que tinha no parlamento angolano, a decisão foi tomada hoje pelo colégio presidencial da CASA-CE.

O partido entende que os resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), na segunda-feira, que deram vitória, pela quinta vez, ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, "não refletem a verdade eleitoral expressa nas urnas pelo povo soberano de Angola".

A CASA-CE interpôs uma reclamação junto do órgão eleitoral e garante que "vai esgotar nos termos da Constituição e da lei todos os mecanismos legais para que seja, pela primeira vez, reposta a verdade eleitoral em Angola".

O presidente do partido, Manuel Fernandes, promete falar "nos próximos tempos" sobre os atos desenvolvidos pela coligação em prol da reposição da verdade eleitoral, e sobre "os atos lesivos ao processo de votação".

"A CASA-CE apela, de forma reiterada, à serenidade, coragem, firmeza e bom ânimo aos seus militantes e a todo o povo angolano interessado na reposição da verdade e justeza eleitorais", conclui a nota.

Além da CASA-CE, também outros partidos da oposição como a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e o Partido de Renovação Social (PRS) anunciaram que não reconhecem os resultados e que vão apresentar reclamações junto das instâncias legais.

A CNE anunciou na segunda-feira que o MPLA venceu as eleições em Angola com 51,17% dos votos contra 43,95% da UNITA.

O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados.

O PRS foi o terceiro partido mais votado com 1,14% do total, elegendo dois deputados, seguindo-se a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), também com dois assentos parlamentares e 1,06% dos votos.

O Partido Humanista de Angola (PHA) será a nova formação política do parlamento angolano, estreando-se com dois deputados depois de conquistar uma votação de 1,02%.

A CASA-CE, que tinha 16 parlamentares, perde todos os assentos, não indo além dos 0,76% dos votos.

A Aliança Patriótica Nacional (APN) e o Partido Nacionalista para a Justiça (P-Njango) são os outros dois partidos concorrentes que não conseguiram mandatos e ficaram abaixo de 0,50% devendo ser declarados extintos.

O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República de Angola, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado, e vice-presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.