Os dados foram avançados durante a apresentação dos resultados da companhia, referentes a 2022, tendo na ocasião Gabriela Bastos considerado que a empresa teve “uma histórica margem EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de -5%, mas que, ainda assim, representou uma recuperação de 35 pontos percentuais face a 2019.
“Os resultados são alcançados num contexto adverso, nomeadamente, num ano em que houve diversas disrupções da indústria com atrasos significativos nos diversos aeroportos em que operamos, bem como, congestionamento da cadeia logística, quer na disponibilidade dos resultados consumíveis e necessários para o processo de recuperação da frota, quer de slots para manutenção das aeronaves, que precisam, mas nem sempre estão disponíveis no momento oportuno”, observou.
Entretanto, disse, um outro factor disruptor são “precisamente” os desafios criados pela organização interna, relativos ao processo de greve e também alguns desafios ligados à própria autoridade da aviação civil.
“Os desafios passam desde os tempos de aprovação de alguns processos de incorporação de aeronaves que impactam a captura de oportunidades e de negócios que a companhia deverá capturar de forma ágil”, enumerou a administradora, acrescentando que “o negócio não espera que a TAAG execute o plano”.
Outro desafio apontado pela responsável tem que ver com o contexto geopolítico internacional. “Não podemos esquecer que este exercício foi marcado por uma subida elevada da taxa de juro, entretanto, os financiamentos que têm taxa de juros variáveis são impactados por essa flutuação, subida generalizada dos preços e serviços”, sublinhou.
Gabriela Bastos precisou ainda que a exposição da TAAG aos mercados externos, sobretudo, na Europa, Brasil, África do Sul, bem como a flutuação cambial em Angola e o crescimento exponencial do preço dos combustíveis, têm um peso significativo na estrutura de custos da empresa.