ONG critica atitude do Gabinete de João Lourenço por obrigar jornalistas ao envio de questionários

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), mostra-se bastante preocupada com a postura que tem sido manifestada pelos diversos órgãos de Comunicação Social, sobretudo, públicos que diz ser caracterizada por uma atitude de parcialidade na veiculação de informação e na prática reiterada de censura das informações quando estas não interessam ao poder instituído, numa clara violação ao art.48.º da CRA.

A AJPD, em nota assinada por Serra Bango, presidente da direcção, disse que tomou conhecimento por diversas fontes e pelas redes sociais, da realização, nesta Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2022, de uma entrevista colectiva, que será concedida por Sua Excelência, o senhor João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente da República e titular do poder executivo.

Recorda então que em 2017, no início do consulado, do Presidente João Lourenço, a aproximação à imprensa, caracterizou-se pela realização anual de conferências colectivas, extensivas a todos os órgãos de comunicação social.

De acordo com as informações postas a circular, a entrevista marcada para 06 de Janeiro, é restrita a um pequeno grupo de cinco órgãos de comunicação social, destacando-se apenas dois órgãos privados, um nacional e outro internacional.

Assim sendo, a AJPD deplora o comportamento manifestado pelo Gabinete de Comunicação do presidente da República que obrigou os jornalistas a enviarem as perguntas a serem feitas com um dia de antecedência, numa clara demonstração de censura, contrário ao nº 2 do art. 40º. da CRA.

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), apela por outra, aos órgãos que superintendem a política da comunicação social de Angola a terminarem as práticas de censura e a promoverem o exercício plural da informação.