A decisão de João Lourenço, tomada após ouvir o Conselho de Segurança Nacional, foi divulgada através de uma nota da Casa Civil do Presidente da República.
A exoneração acontece uma semana depois dos incidentes que marcaram a paralisação dos taxistas, entre os quais a destruição e queima de um edifício do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido do poder) em Benfica, nas proximidades de uma esquadra policial.
Paulo Almeida foi alvo de críticas por parte de Organizações Não Governamentais, nomeadamente o Observatório para a Coesão Social e Justiça, que apresentou queixa-crime contra o comandante da Polícia Nacional pelas declarações feitas após os confrontos que envolveram polícia e manifestantes em Cafunfo (Lunda Norte), no ano passado, de que resultaram mais de uma dezena de mortes.
As intervenções “musculadas” da polícia angolana foram também visadas no mais recente relatório da Human Rights Watch, que destacou as dificuldades das autoridades angolanas para conter o uso excessivo da força contra civis.
"Durante 2020, as autoridades angolanas debateram-se para conter os abusos das forças de segurança do Estado implicadas em mortes e uso excessivo da força contra pessoas desarmadas que alegadamente violaram as restrições impostas pela covid-19", adianta-se no documento.
Paulo de Almeida, que foi nomeado para o cargo em 31 de julho de 2018, vai ser substituído por Arnaldo Manuel Carlos, até agora diretor geral do Serviço de Investigação Criminal, e que é também promovido a comissário-geral.
António Paulo Bendje, que assumia o cargo de diretor geral adjunto do Serviço de Investigação Criminal será o novo comissário-chefe de Investigação Criminal e Pedro Lufunfula, que era diretor de combate ao crime organizado do Serviço de Investigação Criminal será o diretor geral adjunto deste organismo.