CNE e os resultados eleitorais escolhidos pelo PR

Em dezembro de 2021, representantes da CNE reuniram-se, em Luanda, com a empresa SMARTMATIC, especialista norte americana, em logística eleitoral. Uma das questões frontalmente colocada aos responsáveis desta empresa americana foi o de procurar saber qual a garantia que davam para uma victória do MPLA.

A referida empresa alegou que as coisas não eram assim porque poderiam ter depois problemas com a auditoria nos EUA, o seu país de origem. A SMARTMATIC, foi desclassificada do concurso para fornecimento da logística das eleições angolanas.

CNE alegou que ela estava chumbada porque o selo no envelope que deram entrada dos documentos estava mal colocado. A CNE nem sequer perdeu tempo para analisar o conteúdo da proposta da SMARTMATIC. Foi julgada pelo selo. O concurso foi realizado com uma única empresa: A Espanhola INDRA.

Quando o PR aparece no Cunene a dizer que precisa recuperar 20% dos resultados das eleições passadas para adicionar aos 60% das eleições de 2017, podemos interpretar que João Lourenço sabe que o Presidente da CNE, Manuel “Manico”, é adulto o suficiente para entender com que resultado, o PR, quer ser declarado em setembro de 2022.

Diferente ao seu antecessor, o Presidente João Lourenço é um líder aberto. Não esconde o que quer. O PR, quer 80%. O PR não quer saber sobre um estudo da Universidade "Castilla La Mancha" que é impossível realizar eleições presidências ou legislativas em que o vencedor alcance mais de 80% dos votos. O PR não quer saber que o referido estudo explica que a não aquisição desta percentagem de votos deve-se ao facto de não haver processos eleitores perfeitos. O segundo cenário, segundo o estudo (de haver eleições com percentagens astronômicas) é verificado apenas em países de regimes ditatórias e estas não são eleições perfeitas.

Ignorando os estudos, o que resta ao MPLA, é contar com os seus analistas de televisão para que criem um argumento para justificar que é em Angola possível se ganhar com 80%, ou com outro resultado astronômico que o Presidente desejar. Já começaram a fazer pôster indicando que JL terá os 80%.

Presumimos que um destes bizarros argumentos do costume poderão ser os seguintes:

 - “A UNITA perdeu porque o ACJr pagou cerveja aos jovens radicais  para partir o comitê do MPLA e como o povo não gosta de confusão  e tem trauma da guerra votaram no MPLA”

 – “A UNITA perdeu porque o ACJr não foi no jantar da Paz”

 – “O MPLA ganhou porque o PR inaugurou um canal de água no Cunene e levou para lá todos só primeiros secretários do partido para que naquela  província  fossem ensinados  como se dá vitória ao adversário”.

 – “A UNITA perdeu porque estão desorganizados e divididos. Um grupo de apoiantes do fulano impugnou o congresso e castigou o partido não indo as urnas por isso que perderam as eleições”.

- A UNITA porque etc etc.....

Por José Gama