Bispo angolano desencoraja imigração ilegal nas Jornadas Mundiais da Juventude

O bispo da diocese de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, desencorajou, esta quarta-feira, em Lisboa (Portugal), a imigração ilegal, durante a homília da missa da Comunidade Católica Angolana nas Jornadas Mundiais da Juventude 2023.

Dom Belmiro Chissengueti apelou aos jovens angolanos que pretendem emigrar a fazerem-no de forma organizada e legal, não se aproveitando do momento que lhes é proporcionado para outros convívios.

"As pessoas são livres de emigrar, ou seja, de procurarem melhores condições de vida, como saúde, educação, trabalho, entre outros. Só não devemos aceitar que oportunistas se aproveitem de momentos ou ocasiões que nada têm a ver com a emigração”, referiu.

O bispo, que confirmou o desaparecimento dos acampamentos de peregrinos angolano, avançou que quem quer emigrar é livre de o fazer, mas sem abusar da instituição que lhes confiou a oportunidade de tirarem o visto para participarem nas jornadas.

Para o responsável da delegação da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), as notícias más ganham cada vez mais velocidade na sua divulgação do que as boas, frisando que, desde a chegada em Portugal, os peregrinos angolanos já realizaram várias actividades boas e que pouco ou nada foi vinculado.

A propósito, na passada terça-feira, o capelão da Comunidade Católica angolana em Portugal, Henrique Simão Mutali, informou que os 504 angolanos saídos do país para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude 2023 estão “devidamente localizados e identificados”.

Em declarações à ANGOP, a propósito de informações veiculadas na imprensa portuguesa, sobre uma eventual fuga de 106 participantes, entre angolanos e cabo-verdianos, esclareceu que os participantes angolanos estão divididos em 25 grupos de 50 elementos cada, tendo sublinhado que apenas cinco (três em Leiria e dois em Braga) não estavam a participar das jornadas.

A missa orientada por Dom Belmiro Chissengueti, que decorreu numa igreja localizada no local denominado “epicentro das jornadas”, reuniu mais de 600 fiéis de diferentes nacionalidades. O evento foi animado com duas interpretações da cantora angolana Té Macedo.

Ao lado de Dom Belmiro Chissengueti, esteve Dom Zacarias Kamuenho, Arcebispo Emérito da Huíla, padres angolanos, bem como a Cônsul-Geral em Lisboa e uma delegação da Embaixada de Angola em Portugal.

Nas Jornadas Mundiais da Juventude 2023, Angola participa com mais de 1.500 jovens, na sua maioria residentes em Portugal.

O evento, que acontece de três em três anos, junta centenas de milhares de jovens católicos de várias partes do mundo, com o foco em questões ligadas ao enquadramento e posicionamento da juventude em torno dos problemas sociais e políticos nas comunidades.