UNITA denuncia detenção de quatro cidadãos angolanos em Moçambique

O grupo parlamentar da UNITA manifestou esta Quarta-feira “enorme preocupação” pelas denúncias feitas por uma cidadã angolana, segundo a qual ela, o marido e dois filhos menores estão “sob custódia” da polícia em Moçambique.

Segundo a UNITA, a cidadã angolana Clemência Suzete Vumi alega que os quatro estão na "iminência de serem extraditados compulsivamente para Angola, colocando em risco as suas vidas".

No comunicado da UNITA acrescenta-se que os quatro partiram para Moçambique "em busca de protecção política e jurídica, na sequência de perseguições" resultantes das denúncias que o marido de Clemência, Gelson Emanuel Quintas, mais conhecido por 'Man Gena', fez "sobre o suposto envolvimento de altas figuras da Polícia Nacional e dos Serviços de Investigação Criminal [de Angola] no narcotráfico".

"Considerando que se trata de cidadãos nacionais que gozam de direitos e liberdades previstos na Constituição da República e demais instrumentos jurídicos internacionais subscritos por Angola, o Grupo Parlamentar da UNITA insta as autoridades competentes a tomarem medidas necessárias para garantir e assegurar a integridade física e moral de Gelson Emanuel Quintas e família que se encontram em território moçambicano", salienta a UNITA.

A UNITA adianta que Clemência Suzete Vumi está grávida e acompanhada de dois filhos menores, Orlando Emanuel Andrade Quintas de 3 anos de idade e Joana António Andrade Quintas de 2 anos de idade, "cujo tratamento no âmbito dos direitos humanos requer sensibilidade e especial atenção".

O grupo parlamentar do maior partido da oposição em Angola acrescenta que "efectuou diligências junto de algumas autoridades em Moçambique", designadamente deputados, organizações dos direitos humanos como o Alto Comissariado das Nações Unidas em Moçambique, a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos e activistas cívicos da Rede de Mulheres Jovens Líderes de Moçambique e do Observatório de Mulheres de Moçambique, "no sentido de seguirem os desenvolvimentos da situação em que se encontra a família em causa".

A concluir, afirma que deu conhecimento por escrito do sucedido aos ministros do Interior e das Relações Exteriores, bem como à coordenadora Residente da ONU em Angola, às embaixadas de Moçambique em Angola e de Angola em Moçambique, dos Estados Unidos e da União Europeia em Angola, "para que sejam salvaguardados os direitos fundamentais" dos quatro cidadãos angolanos.